Sábado, dia 18 de junho de 2011, foi um dia histórico para a nova juventude brasileira e movimentos e coletivos país afora: em 40 cidades ocorreu a Marcha da Liberdade, iniciativa que contava com o apoio irrestrito do Circuito Fora do Eixo em sua estruturação, divulgação e realização. Milhares de pessoas foram às ruas em todo país dar o seu grito por liberdade, seja ela de expressão, de comportamento, de revolta, de pensamento ou de locomoção. A indignação foi o motor da ação e várias 'bandeiras' foram levadas em consideração e externadas de forma extremamente livre.
Em Porto Alegre a concentração estava marcada para às 15 horas no Monumento do Expedicionário, no Parque da Redenção. Chegamos lá por volta deste horário e já havia uma boa concentração de pessoas, um discurso começava a ser feito e logo várias vozes começariam a ser ouvidas através de magafones. A imprensa também estava presente, principalmente as mídias alternativas, e curiosos passavam pelo local e paravam para acompanhar o embrionário da mobilização. Luiz Felipe, professor de filosofia que puxou a Marcha em Porto Alegre, e Rodolfo Mohr, estudante da UFRGS e um dos representantes do grupo Juntos!, mediavam o discurso e em seguida o megafone foi aberto para que os diversos grupos presentes pudessem se manifestar, dos quais destaco as falas de um grupo de estudantes de Santa Maria, do pessoal do Megafonadores (http://megafonadores.blogspot.com) e de um grupo de pensadores que seguravam a seguinte faixa, a qual foi carregada na frente da Marcha o tempo todo: "As idéias são à prova de balas".
Por volta das 16h, saímos do local da concentração e iniciamos nossa caminhada em direção ao centro. A esta altura cerca de 300 pessoas caminhavam juntas com um só próposito, dar o seu grito de liberdade. Várias 'bandeiras' eram exaltadas: o respeito à mulher, os direitos dos homossexuais, a descriminilização da maconha, os direitos dos ciclistas e uma Cultura Livre e mais acessível a todos. Alguns fatos marcantes também foram lembrados, como a violência contra ativistas na Marcha da Maconha em São Paulo, a violência contra as estudantes no DCE da PUC-RS e a escandalosa proposta de construção da hidrelétrica de Belo Monte, além do movimento de ativistas na Espanha. Aos gritos de "Vem, vem pra macha vem, da liberdade!" e "O povo unido protesta sem partido!", chegamos em alguns minutos à Salgado Filho, uma das principais ruas do centro da cidade.
Então, no olho do furacão, demos uma parada e o pessoal da frente sentou-se na rua. Rodolfo assumiu o megafone e suas palavras eram repetidas por todos em uníssono, explicando para a multidão de curiosos que acompanhava tanto na rua quanto nas janelas dos prédios, o porquê que estávamos ali, tomando uma rua tão importante do centro naquele exato momento; era importante explicarmos o motivo da manifestação, até porque que muitas pessoas ainda confundiam a Marcha da Liberdade com a Marcha da Maconha. Dobramos então na Av. Borges de Medeiros em direção à Prefeitura, onde novamente os grupos se manifestaram na escadaria e várias vozes foram ouvidas mais uma vez. Aos poucos o público foi dispersando e às 18h os últimos remanescentes se despediram com uma imensa satisfação nos rostos e aquela gostosa sensação de dever (bem) cumprido.
Centenas de pessoas estiveram presentes, mas poderia haver mais gente se mobilizando para a Marcha, tendo em vista que a Região Metropolitana de Porto Alegre tem uma das maiores populações do país; sentimos falta também da presença de agentes do próprio circuito que poderiam estar juntos nesta importante ação coletiva. Mas a Marcha da Liberdade de Porto Alegre teve um saldo positivo, onde a troca de contatos entre ativistas que até então não se conheciam foi de suma importância. Certamente alguma coisa maior nasceu ali, uma semente foi plantada, muitos perceberam que não estavam sozinhos em suas ações coletivas, e que a partir de agora estas mesmas ações tendem a ser ainda mais coletivas, e o Circuito FDE foi muito bem recebido e exaltado nas conversas. Nós, do Movimento SOMA, ficamos muito felizes de termos participado desta ação e poder constatar que a cada dia que passa, a União entre os trasformadores da sociedade é cada vez mais necessária e urgente, e que é muito bom participar e contribuir com esta Revolução Cultural que pouco a pouco se instala mundo afora. E viva a Marcha, e viva a Liberdade!
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