O Plá gravou seu primeiro disco em 1987 e está lançando seu disco número 44, chamado “A Casa das 4 Luas”, que acabou de sair do forno. Acostumado a tocar na rua, o show no teatro foi algo especial, mas que não fugiu muito dos moldes do show que ele faz normalmente pelas praças de Curitiba ou onde quer que se encontre. Fizemos uma produção bacana, com uma iluminação quente e um telão no fundo do palco projetando cenas temáticas pesquisadas especialmente para o show do Plá e cenas ao vivo filmadas com uma câmera, que entravam misturadas às imagens no telão, dando um ar hi-tec a um show inteiramente roots.
No hall do Teatro estava o já tradicional pano branco estendido no chão e duas canetas pilot, uma azul e outra vermelha, onde as pessoas podiam escrever coisas, desenhar e deixar suas energias de lembrança para que o Plá depois transforme em murais ou mesmo em roupas; ele costuma transformar os panos que o acompanham em camisetas, casacos e calças, assim ele carrega a energia dos fãs bem junto dele, o que deixa a coisa bem mais orgânica e também consagra um estilo pessoal de se vestir e ser.
O show foi se desenrolando e o público cantava junto cada refrão, o clássico “Pra andar de bicicleta tem que ter moral, tem que ter moral” ou “Mais adrenalina Menos gasolina” e também “Mais bicicletas menos carros”. Entre um gole e outro do seu preparado de gengibre, o Plá perguntou se alguém gostaria de pedir alguma música e sem pensar muito o Teimoso gritou lá de trás - toca a dos Camelos, e Plá diz - puxa porque eu fui perguntar? Com mais de 500 músicas compostas ele certamente não se lembra de todas, mas para nossa felicidade esta ele lembrava e arrasou. Esta foi a primeira música que escutamos ele tocar em São Martinho em 2009, na cozinha comunitária do festival Psicodália.
As luzes dos canhões pares do teatro aqueciam o Plá, que ia fugindo das luzes dando um passo a frente a cada final de música e ajeitando o cabelo, já que segundo suas palavras ele estava sendo filmado; o engraçado é que o "ajeitar o cabelo" dele era nada mais nada menos que despentear os cabelos, deixando eles o mais em pé possível. Em suas falas, uma das mais marcantes foi uma idéia utópica, mas bem lógica de se parar de produzir carros por 5 anos e só deixar os que já existem rodando até lá. Clamava também pela construção de ciclo faixas e por mais respeito à natureza. Foi um show completo e emocionante, no final agradeceu a todos e mostrou o caminho para a banquinha onde estavam a venda seus 4 últimos CDs e o pano estendido no chão onde quase que todo o público deixou alguma mensagem para o ele.