14 de dezembro de 2011

Desligamento do Circuito Fora do Eixo

Depois de atuar em parceria ao Circuito Fora do Eixo, de março a novembro de 2011, o Movimento SOMA vem anunciar publicamente o seu desligamento do mesmo. Os motivos estão explicados na carta de desligamento, enviada por Neo One Eon, fundador do SOMA, aos integrantes do Circuito.

Abaixo a carta na íntegra:

"Olá a todos,

Venho através desta informar o meu desligamento e o de Grazi Calazans do Circuito Fora do Eixo. Esperamos a semana inteira por uma explicação daqueles que nos retiraram de todas as listas do FDE, como esta não aconteceu, segue abaixo texto com os motivos do desligamento.

Tudo começou quando não pudemos mais participar da Casa Fora do Eixo Porto Alegre, pois houve a mudança de modelo casa para modelo apartamento, e morar num apartamento com as crianças e todo o turbilhão que um centro nervoso como este acarreta, tornou esta possibilidade inviável para nós. Estávamos dentro desde o início, inclusive nós botamos muita pilha para isto acontecer, mas mudou-se o plano inicial e tivemos que mudar também o nosso planejamento.

Como já tínhamos entregado o nosso apartamento e o emprego no Senac-RS, que a Grazi tinha, em função da CAFE POA, pensamos, e agora, o que fazer? Daí, no aereporto de São Paulo esperando a conexão para Fortaleza (para irmos para a Feira Da Música) surgiu a idéia de circular, o que originou o Projeto Família a Bordo, em apenas algumas horas, porque somos assim, agimos de maneira rápida pra resolver nossos problemas, e foi desta forma que atuamos com o Movimento SOMA em Porto Alegre, sempre tentando uma solução rápida para as adversidades, e não foi à toa que conseguimos tanta coisa em tão pouco tempo.

Assim que chegamos em Fortaleza comunicamos o Paulo Zé pessoalmente sobre a nossa situação e marcamos um skype com Atílio Alencar, Cláudia Schulz e Moysés Lopes, que eram as pessoas que estavam correndo atrás mais intensamente para um local para a CAFE POA. Feito o skype, comunicamos a nossa decisão (legítima) de não participarmos mais da CAFE e que tínhamos bolado um projeto de circulação, onde levaríamos mais ou menos as funções e frentes que exerceríamos na casa e o nome FDE conosco, o que naquela conversa foi aceito por todos...

Daí começaram a acontecer coisas estranhas: havíamos falado também com o Felipe Altenfelder (CAFE-SP) e ele tinha curtido a idéia do projeto, mas depois dele ter falado com o Atílio, ele curiosamente mudou de opinião, o que também aconteceu com outros agentes do circuito, tanto que um coletivo quase não nos recebeu, pois para eles foi contada outra estória, que a CAFE POA tinha virado apartamento porque nós não participaríamos mais dela, o que é no mínimo uma inverdade, pra não falar outra coisa, e outro coletivo que ia nos receber, que estava tudo certo, mudou de ideia em cima da hora.

Seguimos o nosso projeto e quando estávamos em Campinas, depois de 38 cidades percorridas pela América Latina, o Felipe Altenfelder nos ligou dizendo que tínhamos que parar o projeto, que agora estávamos na regional dele (como se ele fosse o dono dela) e que se não fôssemos encontrar com ele e o Pablo em São Carlos, poderíamos ser desaderidos, sendo que havia sido marcada uma conversa no dia anterior na mesma cidade com eles e eles não compareceram. Informamos que não tínhamos como nos deslocar, eu conversei com o Pablo Capilé pelo telefone, ele me falou que seguíssimos então com o projeto e que em Janeiro conversaríamos, sugerindo inclusive que não fôssemos ao Congresso Nacional. Importante mencionar também que antes deste telefonama, rolou uma série de e-mails nos bastidores, onde nós fomos constantemente agredidos verbalmente, principalmente por Tatiana Oliveira, da FEL.

No domingo (20/11) fomos mandar um relato para as listas sobre como está sendo nossa passagem pelo estado de São Paulo e nossa participação no Festival Contato, e pra nossa surpresa descobrimos que fomos retirados de todas as listas do Circuito Fora do Eixo, numa atitude totalmente covarde, já que no telefone foi nos dito que conversaríamos depois, e no entanto nos retiram silenciosamente da Rede, sem direito à votação ou qualquer coisa que o valha, e sem nenhum motivo plausível. Ficamos o dia inteiro esperando uma explicação, e o pior veio à noite: tanto o Felipe Altenfelder quanto o Pablo Capilé foram até São Carlos e não disseram uma palavra só sobre o ocorrido, agiram como se nada tivesse acontecido, apenas nos cumprimentaram. Se iam voltar no domingo, pq fizeram esta tempestade num copo d'água, era só pra medir força e nos fazer obedecer uma 'ordem superior'?

Daí ficam várias questões no ar: nos excluíram pq, pq não consultamos alguns que se acham donos da rede para fazer o nosso projeto, nos excluíram pq usamos da nossa autonomia pra resolver uma questão crucial de necessidade (já que estávamos sem apê e sem emprego), nos excluíram pq dissemos 'não' a um encontro inviável com os "chefes", nos excluíram pq sempre falamos o que pensamos, nos excluíram pq questionamos, será que este é o grande problema? Nos retiraram pq não concordamos com a política de exclusão exercida pelos gestores da Regional Sul pós congresso Regional, onde praticamente ninguém fica sabendo do que está acontecendo e apenas uns poucos são beneficiados, enquanto a maioria só tem demandas de receber e receber e receber e tem que dizer amém sempre às "ordens superiores", sob pena de perseguição e desadesão, como foi no nosso caso?

Realmente é difícil acreditar que uma idéia tão bacana quanto esta do FDE esteja se tornando via poucos agentes algo que vai totalmente contra a liberdade de expressão e autonomia, que algo que a priori deveria agir diferentemente do Sistema esteja se tornando exatamente como ele; é triste obvervar alguns discursos fundamentalistas, como se estivéssemos participando de alguma seita religiosa ou partido político. Pra que viabilizar Marchas da Liberdade e ter um sistema ditatorial internamente, pra que se falar tanto em horizontalidade se esta de fato não existe, se em vários momentos foi jogado na nossa cara que não respeitamos as instâncias e coisas do tipo, pra que se falar tanto em Política e esquecer do que realmente deveria mover o cicuito, que é a Arte e a Cultura? Política é importante sim, mas uma rede que trabalha a Cadeia Produtiva da Música, Literatura etc não pode se resumir somente a relações políticas, pois assim a Arte fica em segundo plano. Pq a necessidade de se "evangelizar" ou catequisar e contabilizar inúmeros pontos fora do eixo mundo afora, se na hora de "dividir o bolo", apenas uns poucos são contemplados? Pra que se falar tanto em Economia Solidária se esta acontece somente no campo teórico, pois nesta não existe patrão nem empregados, pois todos os integrantes são ao mesmo tempo trabalhadores e donos?

Então é isto pessoal, lamentamos muito este ato covarde que foi feito contra nós, nós que sempre fomos entusiastas da Rede, nós que demos o nosso sangue para realizar várias atividades e levar o nome do Circuito, nós que ajudamos a recolocar Porto Alegre no mapa e participamos intensamente do fortalecimento de uma Regional que praticamente não existia dentro da Rede, nós que o tempo todo no Projeto Família a Bordo temos divulgado a Rede e explando sobre o seu funcionamento. Sinceramente fica difícil entender uma coisa dessas, e também é muita falta de consideração conosco, e se por acaso pensaram que iam calar nossa voz, estavam redondamente enganados...

E por último queremos deixar claro que a nossa saída não significa que somos contra o Circuito, de forma alguma. Ficamos na torcida de que as coisas sejam cada vez mais claras e honestas, pois tem muita gente boa e talentosa ligada à Rede e com vontade de fomentar a Arte e a Cultura em âmbito local, regional e nacional, e estas também merecem respeito. Deixo aqui também um abraço carinhoso para os companheiros de FEL, foi um prazer imenso compartilhar idéias e trocar experiências com vcs, e podem ter certeza que continuarei declamando seus poemas país afora, pois o nosso comprometimento com a Arte e a Cultura está acima de qualquer chancela.

Sem mais no momento, nos retiramos de forma digna e com o respeito que merecemos. Deixamos aqui o nosso agradecimento a TODOS que nos receberam nesta tour (apenas 12 cidades dentro da rede, no total de 42 cidades até agora, pra quem diz que usamos a rede), agradecemos as amizades que foram construídas e fortalecidas. Sei que talvez venham vir com discursos bonitos com palavras impactantes como lastro, organicidade e tal, mas na nossa concepção as palavras mais importantes dentro duma rede deveriam ser amizade, confiança e honestidade, e as pessoas (e o que acontece com elas) são fundamentais dentro do processo, ao contrário do discurso de alguns agentes de que o que importa é a Rede, e não as pessoas que a compõem.

A Família a bordo segue em frente e continua firme e forte, mais do que nunca!  

Neo."

22 de setembro de 2011

Morrostock 2011 vem aí!!

Vem aí o Morrostock 2011, um dos maiores festivais do Sul, que conta com mais de 60 artistas este ano. O evento acontece em Sapiranga, e muitas frentes de coletivos estarão por lá fazendo tudo acontecer! Foras do eixo, apreciadores de boa música, interessados em cultura alternativa - todos juntos neste acontecimento histórico! Segue o cartaz:


Mais informações sobre a programação você encontra aqui no blog do Morrostock. #partiu morrostock!!

24 de agosto de 2011

Uma Feira da Música e da Poesia!

 Por Neo One Eon

Depois de 15 dias em Fortaleza, era chegado o grande momento: no dia 17 de agosto teve início a 10ª Feira da Música de Fortaleza, a Feira 10, como foi carinhosamente apelidada por todos os envolvidos na produção e organização. Mesmo com o absurdo corte de aproximadamente 130 mil reais cinco dias antes do evento iniciar, a Feira 10 foi um sucesso, fruto de um trabalho em conjunto maravilhoso, de uma vivência produtiva e estimulante entre a organização, o Programa Entrepontos e o Intercâmbio de Saberes promovido pelo Circuito Fora do Eixo, onde agentes culturais de várias partes do país foram selecionados para participar da pré-produçao e ajudar na realização do evento.

Mas apesar do nome, a Feira da Música neste ano teve também Poesia, através da parceria com o Fora do Eixo Letras (FEL), a frente do Circuito Fora do Eixo que trabalha a cadeia produtiva da Literatura e a palavra em todas as suas formas - com a crescente produção de eventos com artes integradas país afora, a Feira 10 não podia ficar fora dessa. Foram disponibilizadas duas árvores naturais para a montagem da Árvore Poética, ou Árvore do (Des)Conhecimento, como também é chamada. E ficou bonito de se ver, aquelas duas árvores recheadas de poemas lindíssimos, com uma iluminação perfeita, não tinha como não parar e fazer uma "degustação". Naquele local, o cheiro no ar com certeza era de poesia...

Outra ação muito bacana que rolou foi a Caixinha de Pequenos Poemas. Existe uma virtual, que periodicamente é alimentada pelos integrantes da FEL, mas esta é a primeira vez que ela é exibida fisicamente. E foi outro momento muito gostoso de observar, as pessoas perguntavam se podiam levar pra casa os poemas, e era esta mesma a intenção, que elas levassem poesia pra casa, de forma totalmente gratuita; teve alguns poemas que até foram recitados no microfone pelo público. A Caixinha realmente deu o que falar, literalmente.

E por fim, uma realização que eu particularmente considero uma das mais importantes produzidas pela FEL, os video-poemas. Na sexta e no sábado foram exibidos nos telões dos Palcos Instrumental e Brasil os video-poemas Manhãs, de Karen Debértolis , e Torrencial, de Deborah Goldemberg, do coletivo Subsolo. Os videos rolaram justamente nos dias mais cheios da Feira, ou seja, centenas de pessoas tiveram a oportunidade de conferir estes belos trabalhos, dava pra notar brilhos em alguns olhares...

O texto relata as ações da FEL dentro da Feira da Música de Fortaleza de 2011, mas não poderia deixar de destacar também uma atitude belíssima que aconteceu um pouco antes e durante todo o evento, o Clamor Manifesto, ação encabeçada pelo somador Paulo Zé. Foi produzido um video sobre o clamor, que começou a rolar na internet antes do início da Feira e passou também durante algus intervalos de shows em todos os dias, enfatizando os 10 reais motivos para colaborar financeiramente para a execução do evento, devido ao corte citado no início do texto. E você ainda pode colaborar, não fique de fora, o estado somos nós, e a Feira é nossa!








21 de agosto de 2011

Humanish na Tour Fora do Eixo Sul - edição #POA com Rocartê

Amanhã, dia 22 de Agosto, a banda Humanish estará em turnê passando por POA, a se apresentar na Casa de Cultura Mário Quintana, às 20horas, junto com a banda Rocartê. A Rocartê está fazendo seu último show em PoA antes de ir para uma mini-turnê no interior do estado. A Humanish está em turnê pela região Sul do Brasil desde dia 11 de Agosto, passando por Curitiba, Joiville, Caxias do Sul, Pelotas entre outras cidades. Segue cartaz da turnê:


Visite o site da Humanish aqui, inclusive podendo baixar o som dos caras. Esta turnê está sendo muito importante para a regional Sul do Fora do Eixo, afinal, trata-se da primeira turnê que estamos assumindo. tudo parece estar sendo muito positivo, e esperamos que aqui em #POA não seja diferente. Segue o cartaz divulgação do show:


O QUE: Show Humanish e Rocartê
QUANDO: segunda-feira, dia 22 às 20h
ONDE: Teatro Carlos Carvalho, na Casa de Cultura Mário Quintana - Andradas, 736
QUANTO: R$ 10.00

fique por dentro das ações do Fora do Eixo Sul - @foradoeixosul

20 de agosto de 2011

Vídeos Inverso Coletivo - Sol Wenceslada em #POA

Segue aí os vídeos do show da argentina Sol Wenceslada que ocorreu aqui em PoA dia 13 de agosto (veja matéria aqui). Os vídeos são produzidos pelo Inverso Coletivo - filmagem de Josemar Albino.








16 de agosto de 2011

Noite Fora do Eixo com Chuck Violence (Blumenau/SC) & Galgos




Noite fora do eixo apresenta:

Chuck Violence & His Oneman Band Orchestra (Blumenau/sc)

Galgos

Sorteio de 13 cd's!

Dia 18/08
22hs 10R$
Signus Pub, Joaquim Nabuco n 272

Discotecagem
Daniel Villaverde
Thiagodelic

Apoio

Dirty Old Man
Rua Gen. Lima e Silva 956

Chuck Violence Monobanda Orquestra:

Durante o verão de 2005, após ouvir inúmeros álbuns de delta blues dos
anos 30, Chuck percebeu que nunca tinha ouvido tal música, um tipo de
rock&roll único.
Chuck começa a sua carreira musical como oneman band, tocando todos os
instrumentos ao mesmo tempo. Bateria, guitarra electrica, kazoo e um
megafone para cantar alto e a bom som como uma faca afiada,o que fez
nascer "Chuck Violence & His Oneman Band Orchestra”.

É possível sentir um forte sabor do punk & blues, garage rock,
rockabilly, dando um ritmo primitivo hipnótico e momentos de explosão.
Chuck é substanciado por novas tecnicas e canções que te levarão ao
lado selvagem e glorioso do rock&roll, com uma alma consistente,
movimentos ultraperigosos do seu corpo e um bater de palmas como os
espirituais costumavam fazer.

Chuck Violence já participou em vários festivais de música
independente no Brasil, Uruguai, Argentina, Espanha, Portugal, Itália,
França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Áustria e Suíça, viajando, tocando
e lançando músicas em compilações e selos como Rock N’ Purgatory
(EUA), Turbochainsaw (Reino Unido), Mongrel (Canada), Shit In Can
(França), Stencil Trash (Alemanha).

Na discografia: “Hijo de Puta From México” (2006), “Bandolero
Mexicano” (2007), “Guadalupe Hoodoo Lady” (2008) e recentemente
lançado no último natal durante turnê o disco 'Extra Flavor' (2010),
distribuido pela Stencil Trash, selo da Alemanha.
(Skeleton Mama)




vídeos:




GALGOS.

Três amigos... três acordes... três Reais no bolso. Rebeldia
inconseqüente em forma de rock and roll. Se você espera letras
bonitas, vá ler um livro, isso é coisa de poeta, os Galgos não se
importam com nada nem com ninguém.

A banda foi formada no verão de 2010, no calor infernal de Porto
Alegre, sem nada pra fazer e uma “seca violenta” eles resolveram
encher a cara, falar mal dos outros e por tudo isso em simples
acordes.

Let´s Roll.. Let´s Light !

15 de agosto de 2011

Show Sol Wenceslada

Neste sábado, dia 13, rolou o show da artista argentina Sol Wenceslada na Casa de Cultura Mário Quintana. O show estava para acontecer no Jardim Lutzemberger, a céu aberto, mas o céu não estava parecendo muito amigável e a organização decidiu fazer o show no Mezzanino, ali no Quintana's Bar.
Apesar do tempo estar ameaçando chuva, a tarde estava bastante agradável, pois estávamos todos reunidos em ótima companhia, batendo papo com a Sol e com o Atílio, integrante do Fora do Eixo que estava acompanhado a artista. Enquanto tomávamos uma cerveja, conversávamos sobre o FSM, sobre os últimos acontecimentos no Circuito Fora do Eixo e também sobre novidades que alguns companheiros do coletivo estavam para trazer.
O show começou com uma pequena margem de atraso, talvez uns vinte minutos. Logo que começou, a música soou maravilhosamente em nossos ouvidos. O estilo de Sol Wenceslada é meio difícil de definir. O que posso dizer é que ela tem uns beats down-tempo, e que tudo acontece muito serenamente. O vocal é simplesmente doce, melódico. Muito agradável e lúdico! Achei que tinha algumas influências de Little Joy, por exemplo, e também da música francesa contemporânea que visa principalmente o cinema. Confira você mesmo o som dela aqui.
Enquanto Sol disparava suas canções com a delicadeza digna de uma brisa morna em uma tarde de outono, Moysés Lopes assumia a posição de VJ, projetando com arte e maestria durante o show. Na projeção, só vídeos com licença Creative Commons, e a maioria deles distribuídos pela DF5 do Fora do Eixo. Em breve está para ser divulgado aqui um vídeo, feito pela parceria do Inverso Coletivo, registrando este evento.
Pudemos perceber neste dia como a simplicidade é um elemento artisticamente frutífero. Tínhamos ali uma cantora, dois PC's e um projetor - tudo muito minimal, e no entanto, muito a oferecer aos olhos e ouvidos. Além disso, pude também observar como esta dinâmica de eventos culturais realizada por coletivos como o SOMA, que fazem parte de um todo maior como o Fora do Eixo, aproxima não só os produtores do evento do artista, mas também o próprio público em geral. É sempre importante para nós, artistas, produtores e idealizadores de projetos em coletivos culturais, a aproximação do público em geral. Cada um tem algo a oferecer, e todos juntos muita coisa a apresentar.
O show acabou e nos reunimos novamente. Sol estava se aprontando para pegar o avião às 12h do dia seguinte - dissemos para ela ficar aqui conosco, mas infelizmente ela não podia. Compromissos a esperavam em Buenos Aires. Esperamos que ela possa vir mais uma vez dar um rolê por aqui! A conexão Brasil/Argentina está ficando cada vez mais forte - artistas dos dois países unidos pelo Fora do Eixo!

14 de agosto de 2011

Vamos contribuir com a #Feira10!


Clamor Manifesto - Feira 10

Para contribuir basta acessar o projeto no Catarse.me
http://catarse.me/pt/projects/261-clamor-manifesto-feira-da-musica

O Movimento SOMA já contribuiu, contribua você também com a maior Feira da Música indepentente do país!


8 de agosto de 2011

Quarta Curta no Espaço 512



Nesta quarta, 10 de agosto, o Movimento SOMA e o Espaço 512 realizam o Quarta Curta,evento com exibição de curta-metragens que levará ao público os seguintes filmes, com mediação de Daniel Villaverde:

O Assasino do Bem (14' 2009, São Carlos/SP)
Se ele te matou é porque voce é um chato!
Direção: Massa Coletiva

O Gato (20' 2009, São Paulo/SP)
Direção e roteiro: Joel Caetano
Um conto de terror sobre um homem, um GATO e muito sangue!

O Mundo é uma Cabeça (17' 2005, PE)
Diretor: Claudio Barroso e Bidu Queiroz
O filme aborda o movimento musical pernambucano Mangue Beat com
entrevistas e músicas de Chico Science e Nação Zumbi, Fred 04 e Mundo
Livre, Gilberto Gil, Otto, Ortinho, Siba e Mestre Ombrózio.

O Quarta Curta tem início às 21h e os ingressos custam R$5,00 válidos para toda a programação do bar que segue após a exibição dos curtas.

Serviço:
Quarta Curta
10/08/2011 às 21h
Rua João Alfredo, 512 - Cidade Baixa
Ingressos: 5,00

7 de agosto de 2011

Wenceslada na Casa de Cultura Mário Quintana

Neste sábado, dia 13 de agosto, às 16 horas, temos uma atração internacional se apresentando na Casa de Cultura Mário Quintana - o show é da artista argentina Wenceslada. O evento acontece no Jardim Lutzenberger da CCQM, e a entrada é franca!

Wenceslada nasceu em um bairro arborizado no sul de Buenos Aires chamado Adrogué e trabalha a idéia de que “Improvisar é se unir ao o mundo e se confundir com ele”. Acredita que a busca é um pouco essa, confiando que as melodias e as letras estejam sempre ai esperando ser encontradas e cantadas. No sorriso das pessoas, nos trens, em cima das árvores, nos jardins pensa que só temos que desejar estar entre eles para alcançarmos o cúmulo da beleza que transborda aqui e agora.

Wenceslada busca uma expressão simples e intensa dentro da atmosfera minimalista. Suas principais influencias são folclóricas no amplo sentido, música latino-americana, ritmos andinos e folclore argentino (Coplas, Vidalas, Chamamé, Chacareza, Zamba) e por outro lado a influência genealógica de suas raízes pelo lado paterno de Portugal e pelo lado materno Alemão.

Define Wenceslada "Música é o nascimento...".

Realização:


Apoio:




22 de julho de 2011

Mais uma edição do Cineclube SOMA no Espaço Cultural 512



Na próxima terça, 26 de julho, o Movimento SOMA realiza mais uma edição do Cineclube em parceria com o Espaço Cultural 512, que fica na Rua João Alfredo, 512, Cidade Baixa. Com mediação de Daniel Villaverde, os curtas exibidos serão:

O Encontro Mágico do Palhaço com a Música (2010,RS)
Direção: André Carvalho
Documentário sobre a Bandinha Di Dá Dó produzido na disciplina de Jornalismo experimental em Televisão da Unisinos.

Duas Vidas para Antonio Espinosa (2011,SP)
Direção: Caio D'andrea e Rodrigo Fonseca
Alberto Espinosa, seu irmão mais novo Antonio e seus amigos decidem aterrorizar uma família indígena que está acampada em suas antigas propriedades. O reflexo dessa noite é o aparecimento de uma figura misteriosa que busca implacavelmente um acerto de contas.

O Que é Cineclube? (2006,RS)
Direção: Bruno Borges Kielling
Por meio de depoimentos de diversos cineclubistas, o documentário busca conceituar a atividade dos cineclubes e toda sua gama de relações com a sociedade.

O Cineclube SOMA tem início às 21h e os ingressos custam R$5,00 válidos para toda a programação do bar que segue após a exibição dos curtas.

Serviço:
Cineclube SOMA
26/07/2011 às 21h
Rua João Alfredo, 512 - Cidade Baixa
Ingressos: 5,00

21 de julho de 2011

Estão abertas as inscrições para o festival Ufsctock 2011

por CardumeCultural
Tudo junto e misturado! Estão abertas as inscrições para o festival Ufsctock 2011, que vai acontecer entre os dias 26 de setembro e 02 de outubro nos espaços da Universidade Federal de Santa Catarina.
O Ufsctock é um evento gratuito e chega a sua terceira edição sendo o maior festival universitário do estado. Pelos palcos do festival já tocaram bandas como Sabonetes, Sociedade Soul, LenziBrothers, Apicultores Clandestinos, DaCaverna, Skrotes, Helvéticos. Em 2010, o músico BNegão e os Seletores de Frequêncial priorizou as prioridades e agitou um público de quase 5000 pessoas durante o evento.
Os Apicultores Clandestinos durante o Ufsctock 2009, o primeiro de um festival que marcou a cena independente de Santa Catarina!
Esse ano o festival receberá, além do power trio Macaco Bong e do músico Criolo Doido, todas as artes e sua integração, com atividades de produção musical, artes do corpo, artes visuais e audiovisual. Há meses o festival vem sendo organizado por uma trupe bem diversa, como uma iniciativa do Cardume Cultural,  em parceria ao DCE UFSC (Gestão Rosa dos Ventos) e apoio do Coletivo Sem Fronteiras. Já no começo da produção percebemos que a bandeira das artes integradas deveria ser levantada pelo festival – porque a música é uma parte das artes. Nos inspiramos no festival @foradoeixo santamariense, Macondo Circus, que iniciou a integração das artes dentro do circuito Fora do Eixo.
Os artistas independentes que quiserem se inscrever para tais categorias, podem acessar o Edital das Artes Misturadas. O edital contemplará 34 artistas com atividades durante todo o festival. Para a categoria música será utilizada a plataforma Toque no Brasil (especificações no edital). As inscrições encerram no dia 20 de agosto e os selecionados serão anunciados no dia 25 do mesmo mês, pelo site do Cardume.
O Ufsctock2011 quer se misturar, misture-se você também!
por Júlia Albertoni,  revisão e fotos por Rafael Vilela

20 de julho de 2011

ManiFestaMundo acontece na próxima sexta



Direcionado ao multiculturalismo e conhecimento musical de várias partes do mundo, ocorre no próximo dia 22 de julho, O ManiFestaMundo. A partir das 22h, o Aquece Bar reunirá djs, músicos e amantes da música para este que é o segundo evento de 2011 promovido pelo coletivo ManiFestaSol – Movimentação Cultural. O objetivo é trazer ao público a cultura musical de vários lugares do mundo através de um set-list compartilhado entre vários dj's e músicos de Caxias e região, e proporcionar uma experiência diferenciada na noite caxiense. O estilo é o multiculturalismo.
Idealizado por um grupo de pessoas voluntárias envolvidas com projetos artísticos e manifestações de cunho cultural, o ManiFestaSol trabalha no formato de rede, linkando seu trabalho com outros coletivos e movimentos culturais. Este coletivo se dedica a unir e integrar diferentes formas de expressões artísticas e culturais, desenvolvidas em Caxias do Sul e região.

O ingresso tem valor único de R$ 5,00 e é pago na hora do evento. Mais informações devem ser obtidas no blog: http://manifestasol.wordpress.com ou através do e-mail manifestasol@gmail.com

Serviço:

O que: ManiFestaMundo
Quando: Sexta-feira, dia 22 de julho de 2011 – 22 horas
Aonde: Aquece Bar (Rua dos Farrapos, 52 – Bairro Exposição – Em frente ao antigo parque da Maesa)
Quanto: R$ 5, 00 (na hora)

Atrações

DJ Sami Bolsoni (música latina e sérvia)
DJ Bang Banguers (chip-music - POA)
DJ Abelhão (psy minimal)
DJ Amazing Fantasy (lounge)
DJ Dinotops (música oriental)
DJ Roggia (instrumental indiano)
DJ Sara Munaretto (música européia)
DJ Maysa Stedille (brasilidades)
DJ E.T. (música africana)
DJ Mário (música uruguaia-argentina)
DJ Laio (música caribenha)

13 de julho de 2011

A estréia do Cineclube SOMA

Texto: Luis Fernando Rosa
Fotos: Neo One Eon


Ontem rolou a estréia de um novo front de atração cultural promovido pelo Movimento Soma, que tem como proposta trabalhar com a sétima arte. Será bom contar com cinéfilos, diretores, roteiristas ou simplesmente pessoas que curtem cinema para participar do nosso Cineclube - são todos mais do que bem-vindos.

O local onde rolou a estréia foi o 512 Espaço Cultural - um pico muito legal e aconchegante (veja o blog do 512 aqui). O pessoal do bar foi muito receptivo e atencioso. O público frequentador do local não está acostumado a pintar por lá para assistir curtas e discutir cinema, mas a proposta é nova e está sendo incorporada na agenda - a idéia é que façamos o Cineclube SOMA quinzenalmente. Será bom se entrarmos nesta frequência, agregando a galera que está a fim de conhecer cinema de qualidade, produzido por pessoas que vivem perto de nós, muito embora nos sejam até então desconhecidas. A proposta tem uma relação direta com a propagação cultural que parte de artistas para o público, público este que muitas vezes fica sem acesso aos canais de manifestação cinematográfica.

O somador Daniel Villaverde, cinéfilo inveterado, estava fazendo a mediação com o público, e contextualizando os curtas que estavam para ser passados. O primeiro curta foi Primitivismo Kanibaru na Lama da Tecnologia Catódica, de Petter Baiestorf (2003/12min), com colaboração do Grupo Canibal. O filme é do melhor estilo trash de baixo orçamento, mas com muita visceralidade. Muita lama e sangue, e uma TV das antiga sendo carregada por um cara todo estranho - muito massa!

O segundo curta foi O Paradoxo da Espera de Ônibus, de Christian Caselli (2007/3min). O filme é uma animação stop-motion, com desenhos de Gabriel Renner e narração de Chico Serra, e é baseado em histórias reais contadas com desenho "desanimado". O filme apresenta reflexões de um carinha que está esperando o bus, o qual nunca chega e sempre lhe parece que vai chegar - "quanto mais espero, menos tenho de esperar". O público se divertiu bastante com este curta, porque ele é um tanto engraçado.
O terceiro curta foi O Rock Sergipano: este ilustre desconhecido, de Werden Tavares (2008, 27min), e trata-se de um retrato bastante completo sobre a cena do rock sergipano desde os anos 80 até os anos 2000. É bastante interessante ver como a cena floresceu por lá, e contemplar a atividade musical de uma pá de bandas que o cara não conhece. O curta foi feito a partir de um projeto experimental do diretor e de Hans Hagenbeck, que consiste numa conclusão de curso de Comunicação Social. Há entrevistas tanto com os próprios artistas da cena, como dos próprios fãs e amantes do bom rock'n roll. Rola uns clipes interessantes tbm, com sincretismo musical entre blues e poesia de cordel - muito interessante!

Muita gente foi chegando, e de uma hora para outra o 512 já estava lotado. A avaliação que fizemos, tanto do evento Cineclube como do local onde ocorreu, é positiva. Há muito curta e longa interessante para mostrar e discutir, e fomentar esta parte que nem sempre é contemplada pelos coletivos de arte. É claro, trata-se de um programa completamente diferente ir assistir a bandas e ir ver filmes - mas ambos são artisticamente interessantes e dão visibilidade a criações estéticas ricas e inspiradoras.
A banquinha do SOMA estava por lá também. oferecendo CD's, livros , zines e bottoms para o público.
Foi uma noite agradável e enriquecedora, e certamente estamos fixando um evento e um ponto que vão dar resultados frutíferos. Amantes do cinema não faltam, nem pessoas que querem divulgar cinema independente e formar uma cena autoral forte na sétima arte também. Bem vindo é o Cineclube SOMA! =]


8 de julho de 2011

Cineclube SOMA estréia 12 de Julho no Espaço Cultural 512

 
 
Na próxima terça, 12 de julho, o Movimento SOMA estréia seu Cineclube em parceria com o Espaço Cultural 512, que fica na Rua João Alfredo, 512, Cidade Baixa.  

Com mediação de Daniel Villaverde, os curtas exibidos na estréia serão: Primitivismo Kanibaru na Lama da Tecnologia Catódica (2003/12 min) de Petter Baiestorf, com Elio Copini e Coffin Souza, O Paradoxo da Espera do Ônibus (2007/3 min) de Christian Caselli, baseado em várias histórias reais com desenho desanimado de Christian Caselli e desenhos de Gabriel Renner e narração de Chico Serra e O Rock Sergipano: Esse Ilustre Desconhecido (Werden Tavares, 2008, 27 min), um vídeo-documentário que traz um recorte do cenário rock de Sergipe. É uma rápida leitura do movimento cultural local a partir dos anos 80 até meados de 2004.

O cineclube tem início às 21h e os ingressos custam R$5,00 válidos para toda a programação do bar que segue após a exibição dos curtas.

Serviço:
Cineclube SOMA
12/07/2011 às 21h
Rua João Alfredo, 512 - Cidade Baixa
Ingressos: 5,00

7 de julho de 2011

Relato Barriga Verde sobre o Congresso Regional Sul

Texto: Carlos de Aquino (Barriga Verde)
Fotos: Marcelo Cabala (Macondo Coletivo)

Realmente foi uma experiência muito intensa. Foi uma surpresa para nós do Barriga Verde (já que era nosso primeiro congresso) ver tanta gente do Sul disposta a fazer a história toda dar certo na nossa região. 

Incrível também é ver o estímulo que os encontros presenciais trazem para quem está apenas começando a digerir a proposta da Rede. A Camila e o Gabriel (novos agentes do Barriga Verde) estão extremamente motivados! Adoraram participar da experiência e estão ansiosos para começar a desenvolver os novos trabalhos aqui no interior de SC.

No primeiro dia, Pablo (artilheiro do DedoBol), Felipe, Atílio, Cláudia e Grazi mediaram a apresentação do pessoal que estava presente e deram um F5 sobre a situação da Rede em um ambito Nacional e Regional. Fato que ajudou - e muito - a elucidar os presentes sobre qual o propósito de todas essas ações: contribuir com a formação de uma nova geração. Foi muito importante, pois muitos ainda têm uma leitura equivocada de que o Circuito é simplesmente uma organização gigantesca que explora a classe artística. Contamos também com a presença do mestre Plá para abrir o congresso, e muito chopp e proza amiga no mezanino da Casa de Cultura Mário Quintana. 

A mesa do PCult também foi sensacional. Fiquei muito feliz de ver os avanços que estão se dando nas relações dos coletivos de POA com o poder público. O Santiago Neto é uma pessoa que se demonstrou extremamente aberta a criar pontes interessantes na Região Sul. O Festival de Música do Sul já é uma iniciativa que tangibiliza o que quero dizer. São pessoas como o Santiago que tornarão possível um alinhamento das ações entre poder público e sociedade civil em toda a Regional. Falando em integração, criamos também a lista do PCult da Regional Sul, para facilitar o alinhamento da regional. 

O Teatro de Arena é um local muito bacana. Aliás, Porto Alegre em si é foda. Paguei pau pra arquitetura de lá. Foi muito legal ver o show do Wander Wildner, este de quem ouço falarem desde pequeno. Um show relativamente pesado em um local com um clima bem intimista. Demais. Sem falar na casa que o SOMA conseguiu pra realizar o congresso. A Casa de Cultura Mário Quintana é um espaço maravilhoso!

Sustentabilidade, Distribuição, Circulação e Comunicação também foram pautas que tiveram avanços muito ricos. Principalmente a circulação, que possibilitou o mapeamento dos festivais, espaços, casas e também a sistematização de mais um laboratório de turnê pelo Sul. A comunicação também teve seus avanços. Discutimos as news da regional,   refletimos sobre a interação dos agentes do sul, provocamos um debate em torno da criação das mídias integradas de cada estado, o que resultará nas mídias integradas da Regional Sul, possibilitando uma ação em bloco muito mais sólida. 

Interessante também foi ver a relação que a galera do Software Livre tem com o FDE. O Fórum deles estava muito bem organizado e absurdamente movimentado. Foi bom ver que essa galera ta disposta a contribuir com a otimização dos trabalhos da Rede. Eles tem muito interesse em dialogar conosco e acompanhar os processos que compõem o dia a dia do nosso trabalho. Não duvido que, daqui a pouco tempo, tenhamos novas - e livres - ferramentas para trabalhar com produção cultural. Frutos dessa parceria que tá sendo do c#@¢lho.

¨Já militei em vários movimentos da sociedade civil, e, muitas vezes, vi os mesmos que lutaram tanto, jogarem seus ideais no lixo. O que me toca e me faz estar militando mais uma vez é o brilho nos olhos de vocês todos desta sala. O brilho de uma geração que está disposta a lutar por uma outra realidade.¨ Disse Leonardo de Albuquerque, artista plástico integrante do SOMA, emocionado, sem conseguir conter as lágrimas. 

Acho que isso define o que foi o congresso.

FORÇA, MATURIDADE, UNIÃO E PROGRESSO!

PARABÉNS AO SOMA E A TODOS DO RS.


VAMOS DOMINAR O MUNDO GALERA?


NÓIS!

6 de julho de 2011

Relato Alona sobre o Congresso Regional Sul

Texto: Tati Oliveira (Alona)
Fotos: Gabriel Almir Dias (Barriga Verde)

Escrevo aqui pra deixar um relato sobre avanços imensos feitos neste final de semana, durante o Congresso FDE da Regional Sul, em Porto Alegre.

Logo no início, a apresentação dos coletivos mostrou uma regional muito mais sólida. A contextualização dada pelos integrantes de nossa regional mostrou um cenário bem mais consolidado e um terreno bastante fértil para novas ações e parcerias. 

Contamos durante o congresso com a adesão de três novos coletivos -  Manifesta Sol (Caxias do Sul), Inverso Coletivo (POA) e Ruído Coletivo (Erexim). Estreitamos, também, parceria com Joinville, representando o FDE por lá através do Hélio. E para todos estes, bem vindos, galera! Nóis!

Maturidade, estabilidade, planejamento... Não poucas vezes estas foram algumas das palavras mais recorrentes nas falas que se referiam à nossa regional e ao FDE como um todo, durante o congresso. 

Fechamos nossa primeira rota de shows!! 10 cidades da região sul vão receber uma banda de Curitiba ainda neste segundo semestre. Também mapeamos os festivais, fazendo um circuito com 18 festivais de nossa regional!! E discutimos ainda, as conexões com América Latina. (E agora, como dizem os gaúchos, quanta notícia "afu").

Saímos com discussões sobre o PCult que demonstram maturidade. Éh, nosso PCult não faz mais discussões primárias, ele está pronto para dialogar com o poder público e sociedade civil.

Pautamos a Distro e reforçamos, também, a necessidade de uma sustentabilidade sólida nos coletivos. E percebemos, ainda, que nossa comunicação já tem força e demandas tão grandes que, além das grandes coberturas colaborativas feitas por nossos coletivos, podemos alcançar muito mais.

Encontramos lá o Cardume Coletivo - Florianópolis - tão novo no circuito, mas incrivelmente forte, organizado, capacitado, pautando assuntos que se tornavam exemplos de atuação local.

As artes integradas finalmente "se integraram" por completo. FEL e Palco, as únicas frentes que ainda não haviam se encontrado, agora também entrecruzam seus projetos. Clube de Cinema tá atendo às SEDAs e aos Cineclubes da regional. Palco se posiciona como catalisador de rotas de circulação, assim como a música. O Poéticas Visuais estimula os coletivos, apresenta projetos em andamento e mostra a força que ganha por sua maleabilidade ao abranger designers, artistas e diversas formas de linguagem visual. FEL volta do congresso com data para sua primeira publicação impressa. E todas as artes definem que a partir de agora vão traçar um projeto/pacote de artes integradas, para quaisquer festivais do país.

Tivemos, ainda, uma participação "surpresa" durante a gravação de um programa de Sofware Livre durante a FSL (Feira de Software Livre), que estava acontecendo no mesmo período em que acontecia Congresso, em PoA. 

Foi formado um colegiado para acompanhar as açoes macro da regional, dividindo funções internamente para fazer os acompanhamentos. O colegiado conta com Grazi Calazans, Neo, Branca, Tati, Mano Val, Paulo Zé, Carlos de Aquino, Kaley, Marcelo Cabala e Alê Giovanella.



Mas o gran finale vem agora no fim do texto, mesmo. Durante o Congresso, nasceu a CAFE Porto Alegre!! Sua localização é estrategicamente importante para diversos pontos, entre eles circulação de bandas, formação de mais uma agência, movimentação cultural local e regional, imersões, hospedagem solidária, potencialização do FDE nacional e inserção de todas as artes integradas nas duas CAFEs. A nova CAFE. faz parte de um processo, de uma continuidade nos avanços do FDE e vai proporcionar maior agilidade e proximidade para os coletivos, especialmente os localizados na região sul do país. Em agosto, no mais tardar setembro, ela vai ser inaugurada e já conta com cinco moradores (seis comigo, que tô recebendo apoio nacional para terminar meu TCC - quase que colaborativo - e me mudar para lá logo, logo também!). São eles Atílio, Branca, Neo, Grazi e Rafa Rolim.

Então, fica aqui o relato que eu gostaria de deixar. Feliz em compartilhar todas estas boas novas com todos vocês, foi impossível deixar o texto menos extenso e não citar estes avanços tão importantes para nossa Regional Sul, entre tantos outros, não colocados aqui, embora sejam tão importantes quanto.

Deixo um beijo para todos do Movimento Soma, organizadores do Congresso. A recepção feita por vocês foi perfeita e deixa nossa regional tranquila; conhecendo de perto o trabalho desenvolvido por vocês, fica claro que optar por uma CAFE aí em POA não poderia ser melhor.

E bora inaugurar essa CAFE nova, tchê!!

5 de julho de 2011

Relato Manifestasol sobre o Congresso Regional Sul

Texto: Luis Fernando Rosa (Manifestasol)
Fotos: Gabriel Almir Dias (Barriga Verde)
Aconteceu agora nos dias 1, 2 e 3 de julho esta quarta edição do Regional Sul Fora do Eixo, na cidade de Porto Alegre. O clima em PoA não estava amigável - muita umidade e frio direto, e o pessoal que veio de fora ficou arrepiado. Embora certamente possa fazer sentido dizer que o ambiente externo influencia as relações humanas, não creio que as atividades deste congresso tenham sido de todo prejudicadas pela condição climática. 
Muitas pautas interessantes foram tratadas nestes três dias. Inicialmente, vários coletivos se apresentaram uns aos outros, para conhecimento. Um aspecto digno de nota é que todos estes coletivos compartilham de certas propriedades e relações em comum: todos contém membros que se dedicam aos movimentos culturais sem estar visando puro lucro financeiro, todos mantém o objetivo de apoiar a arte autoral e todos funcionam em uma dinâmica de rede, guiada pela lógica do "que eu posso fazer para contribuir" ao invés de ser guiada pela lógica do "que eu ganho com isso".
Ainda no mesmo dia, Pablo Capilé e Felipe Altenfelder colocaram a questão da visão política que os membros dos coletivos têm de suas próprias atividades enquanto gestores culturais. Com muita propriedade, estes integrantes capitais do Fora do Eixo fizeram notar que uma concepção política vem a clarificar a auto-percepção que os grupos integrados ao Fora do Eixo podem formar. Um debate intenso aconteceu sobre a possibilidade de integrantes dos coletivos terem participação factiva em câmaras de vereadores e outras instâncias políticas firmadas na constituição do nosso país. Foi notado, de um lado, que a representação política de um integrante do Fora do Eixo na câmara daria visibilidade aos nossos projetos, e poderia fazer com isso que pudéssemos lutar mais substancialmente pelos direitos que reivindicamos. Por outro lado, também foi observado que o trajeto político que uma pessoa faz na carreira política pode ser incompatível com o trajeto cultural que uma pessoa faz sendo membro substancial do Fora do Eixo. As conclusões (talvez não tão conclusivas, e inclusive é bom que fiquem dúvidas) parecem ser a de que podemos contaminar o contexto político com nossas idéias de alguma forma, e que a trajetória política tem seus próprios objetivos, talvez distintos dos objetivos que guiam as ações dos coletivos. 
As discussões no sábado centraram-se na circulação de Regional Sul do FdE: rotas de circulação, circuitos universitários e de música e teatro. O pessoal esteve bem organizado, e sempre numa perspectiva significativamente coletiva. Depois rolou algo que nos é de grande interesse: a sustentabilidade. É possível se sustentar vivendo da atividade cultural nos círculos dos coletivos relacionados ao Fora do Eixo? Sim, parece que é possível, e algumas pessoas já estão inseridos neste modo de vida, o que nos mostra que outras pessoas podem vir a fazê-lo. O assunto merece uma análise posterior, mais aprofundada, que releve as variáveis envolvidas nesta possibilidade. 
O último dia foi o mais organizacional de todos. Entre outras coisas, os grandes grupos discutiram a integração na comunicação, a dinâmica na web, as artes integradas, adesões e desadesões. O SOMA soube acomodar o evento com muita profissionalidade, e tudo foi muito frutífero e construtivo. Parabéns a todos.


27 de junho de 2011

Plá emociona o Teatro de Arena no 2º SOMAcustico

Para introduzir o leitor de como o Plá chegou até o teatro de Arena, tenho que voltar atrás até os dias do SEFORM - Semana de Formação Cultural promovida pelo Movimento Soma no mês de maio, onde em um lapso de loucura ouvindo o cd “Biciclopédia” no mezanino da Casa de Cultura Mario Quintana, tivemos a idéia de trazer o cara, o que se concretizou 5 minutos depois com um telefonema para Curitiba. Eu havia conhecido o Plá em 2009 no festival Psicodália de São Martinho, onde a Bandinha Di Dá Dó encerrou a turnê de verão daquele ano. Hoje escrevo feliz relatando o show que produzimos para ele no último sábado em um palco de Resistência da cidade de Porto Alegre, o Teatro de Arena.

O Plá gravou seu primeiro disco em 1987 e está lançando seu disco número 44, chamado “A Casa das 4 Luas”, que acabou de sair do forno. Acostumado a tocar na rua, o show no teatro foi algo especial, mas que não fugiu muito dos moldes do show que ele faz normalmente pelas praças de Curitiba ou onde quer que se encontre. Fizemos uma produção bacana, com uma iluminação quente e um telão no fundo do palco projetando cenas temáticas pesquisadas especialmente para o show do Plá e cenas ao vivo filmadas com uma câmera, que entravam misturadas às imagens no telão, dando um ar hi-tec a um show inteiramente roots.

No hall do Teatro estava o já tradicional pano branco estendido no chão e duas canetas pilot, uma azul e outra vermelha, onde as pessoas podiam escrever coisas, desenhar e deixar suas energias de lembrança para que o Plá depois transforme em murais ou mesmo em roupas; ele costuma transformar os panos que o acompanham em camisetas, casacos e calças, assim ele carrega a energia dos fãs bem junto dele, o que deixa a coisa bem mais orgânica e também consagra um estilo pessoal de se vestir e ser.

O show começou com 20 minutos de atraso, o que foi muito bom porque de última hora chegaram alguns ciclistas com suas bikes super sinalizadas e equipadas invadindo o teatro de Arena e fazendo do corredor um verdadeiro estacionamento de magrelas. Nestas horas que pensamos como seria bom ter os bicicletários onde se pudesse estacionar as bicicletas com segurança na rua, sem ter que amontoar dentro de um lugar que não está preparado para isto; há muito que se evoluir neste sentido. O show começou dizendo justamente isso: com a música “A Invasão das Bicicletas”, Plá mostrou a que veio, não somente pra tocar, mas também para mostrar uma ideologia simples e direta, onde pequenos atos podem mudar a vida de muita gente e também ajudar o planeta.

Em suas letras, temas como o uso de energia limpa, o transporte coletivo, a diminuição do uso de carros, a carona solidária, a construção de ciclovias, o respeito ao pedestre e o consumismo sem controle circulavam entre melodias e canções que, unidas às imagens do telão, levavam o público ao delírio em uma espécie de viagem alucinante. Vestido de branco e com os pés descalços, Plá contagiou a galera, entre uma música e outra vinham às histórias bacanas de como a música tinha sido composta, em que circunstância, colocando a audiência a par de situações vividas por ele em cada momento criativo de sua vida.

O show foi se desenrolando e o público cantava junto cada refrão, o clássico “Pra andar de bicicleta tem que ter moral, tem que ter moral” ou “Mais adrenalina Menos gasolina” e também “Mais bicicletas menos carros”. Entre um gole e outro do seu preparado de gengibre, o Plá perguntou se alguém gostaria de pedir alguma música e sem pensar muito o Teimoso gritou lá de trás - toca a dos Camelos, e Plá diz - puxa porque eu fui perguntar? Com mais de 500 músicas compostas ele certamente não se lembra de todas, mas para nossa felicidade esta ele lembrava e arrasou. Esta foi a primeira música que escutamos ele tocar em São Martinho em 2009, na cozinha comunitária do festival Psicodália.

As luzes dos canhões pares do teatro aqueciam o Plá, que ia fugindo das luzes dando um passo a frente a cada final de música e ajeitando o cabelo, já que segundo suas palavras ele estava sendo filmado; o engraçado é que o "ajeitar o cabelo" dele era nada mais nada menos que despentear os cabelos, deixando eles o mais em pé possível. Em suas falas, uma das mais marcantes foi uma idéia utópica, mas bem lógica de se parar de produzir carros por 5 anos e só deixar os que já existem rodando até lá. Clamava também pela construção de ciclo faixas e por mais respeito à natureza. Foi um show completo e emocionante, no final agradeceu a todos e mostrou o caminho para a banquinha onde estavam a venda seus 4 últimos CDs e o pano estendido no chão onde quase que todo o público deixou alguma mensagem para o ele.

Não poderia finalizar este texto sem agradecer a cada um que fez deste SOMAcústico um evento especial: Moysés Lopes, Vj nas projeções, Neo e Dimi na operação de Luz, Thiago Tabajara no receptivo, Grazi na produção geral e bilheteria, Rafa Roggia nas filmagens, Teimoso pela montagem e operação de som, Mauro Bruzza pelo transporte, Aline, Igor e Natã pela Hospedagem Solidária, Plá pela presença, Equipe do Teatro de Arena pela hospitalidade e cordialidade e também a todos que lá apareceram pra curtir o espetáculo, sejam sempre bem vindos.  Abração Fraterno Paulo Zé.