13 de julho de 2011

A estréia do Cineclube SOMA

Texto: Luis Fernando Rosa
Fotos: Neo One Eon


Ontem rolou a estréia de um novo front de atração cultural promovido pelo Movimento Soma, que tem como proposta trabalhar com a sétima arte. Será bom contar com cinéfilos, diretores, roteiristas ou simplesmente pessoas que curtem cinema para participar do nosso Cineclube - são todos mais do que bem-vindos.

O local onde rolou a estréia foi o 512 Espaço Cultural - um pico muito legal e aconchegante (veja o blog do 512 aqui). O pessoal do bar foi muito receptivo e atencioso. O público frequentador do local não está acostumado a pintar por lá para assistir curtas e discutir cinema, mas a proposta é nova e está sendo incorporada na agenda - a idéia é que façamos o Cineclube SOMA quinzenalmente. Será bom se entrarmos nesta frequência, agregando a galera que está a fim de conhecer cinema de qualidade, produzido por pessoas que vivem perto de nós, muito embora nos sejam até então desconhecidas. A proposta tem uma relação direta com a propagação cultural que parte de artistas para o público, público este que muitas vezes fica sem acesso aos canais de manifestação cinematográfica.

O somador Daniel Villaverde, cinéfilo inveterado, estava fazendo a mediação com o público, e contextualizando os curtas que estavam para ser passados. O primeiro curta foi Primitivismo Kanibaru na Lama da Tecnologia Catódica, de Petter Baiestorf (2003/12min), com colaboração do Grupo Canibal. O filme é do melhor estilo trash de baixo orçamento, mas com muita visceralidade. Muita lama e sangue, e uma TV das antiga sendo carregada por um cara todo estranho - muito massa!

O segundo curta foi O Paradoxo da Espera de Ônibus, de Christian Caselli (2007/3min). O filme é uma animação stop-motion, com desenhos de Gabriel Renner e narração de Chico Serra, e é baseado em histórias reais contadas com desenho "desanimado". O filme apresenta reflexões de um carinha que está esperando o bus, o qual nunca chega e sempre lhe parece que vai chegar - "quanto mais espero, menos tenho de esperar". O público se divertiu bastante com este curta, porque ele é um tanto engraçado.
O terceiro curta foi O Rock Sergipano: este ilustre desconhecido, de Werden Tavares (2008, 27min), e trata-se de um retrato bastante completo sobre a cena do rock sergipano desde os anos 80 até os anos 2000. É bastante interessante ver como a cena floresceu por lá, e contemplar a atividade musical de uma pá de bandas que o cara não conhece. O curta foi feito a partir de um projeto experimental do diretor e de Hans Hagenbeck, que consiste numa conclusão de curso de Comunicação Social. Há entrevistas tanto com os próprios artistas da cena, como dos próprios fãs e amantes do bom rock'n roll. Rola uns clipes interessantes tbm, com sincretismo musical entre blues e poesia de cordel - muito interessante!

Muita gente foi chegando, e de uma hora para outra o 512 já estava lotado. A avaliação que fizemos, tanto do evento Cineclube como do local onde ocorreu, é positiva. Há muito curta e longa interessante para mostrar e discutir, e fomentar esta parte que nem sempre é contemplada pelos coletivos de arte. É claro, trata-se de um programa completamente diferente ir assistir a bandas e ir ver filmes - mas ambos são artisticamente interessantes e dão visibilidade a criações estéticas ricas e inspiradoras.
A banquinha do SOMA estava por lá também. oferecendo CD's, livros , zines e bottoms para o público.
Foi uma noite agradável e enriquecedora, e certamente estamos fixando um evento e um ponto que vão dar resultados frutíferos. Amantes do cinema não faltam, nem pessoas que querem divulgar cinema independente e formar uma cena autoral forte na sétima arte também. Bem vindo é o Cineclube SOMA! =]


Um comentário:

  1. Oooi, galera do Soma! Massa demais esse cineclube!! E a idéia de contextualização dos curtas apresentados tbm é mto bacana, dá uma cara diferenciada. Beijos!

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